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Masmorra?
Posted by Linha de Pipa
on
13:35
Segundo alguns dicionaristas, "masmorra" significa prisão subterrânea, calabouço; no sentido figurado, lugar sombrio e triste. Confesso que olhei, olhei e olhei detidamente as fotos da "sala" (não cela!) da Polícia Federal onde encontra-se detido o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e não percebi qualquer semelhança com uma "masmorra", conforme definiu o seu advogado de defesa. Pelo contrário, achei-a exageradamente luxuosa, confortável e com excelente luminosidade natural. Não fosse pela "cama beliche", seria igual aos quartos que alguns "flats" 5 estrelas oferecem a executivos em viagens de curta duração. A Polícia Federal está de parabéns pelas acomodações. Aliás, vale comentar, se todos os "detidos" para averiguação e presos já condenados pela Justiça fossem acomodados em "masmorras" deste tipo, certamente muitos resistiriam em voltar para casa depois de cumprir a pena. E não é para menos. O lugar oferece ainda, além da cama já citada, mesa com cadeiras estofadas, sofá de três lugares, armário, frigobar e ar-condicionado. Diante deste "cardápio" de facilidades e conforto, o que mais a PF pode oferecer ao governador do DF para deixá-lo menos triste e com a sua pressão arterial equilibrada? Pelo que posso depreender do cenário, somente a liberdade imediata. Nada mais; nada menos! Mas é exatamente isso que a Justiça não quer lhe dar, ao menos por agora. Razões devem existir, não é mesmo? Juro que entendo e respeito o papel da defesa, que tem se revelado incansável. O governador Arruda deve estar percebendo o esforço de seus advogados. Mas é preciso conter certos exageros. A Opinião Pública tem mania de fazer comparações. E quando a defesa denomina de masmora a "sala" confortável onde está detido o governador, imediatamente lhe vem à mente aqueles imagens assustadoras de prisões lotadas, de humanos sobre humanos, de um amontoado de gente. O que, vamos e venhamos, não é o caso. Acho que houve ai um pequeno erro de comunicação. Entendo que é possível dizer que Arruda está "deprimido", que sente saudades da família e, em especial, de sua filha caçula. Não tenho dúvidas de que este é um sentimento que acomete quase todos os que se encontram privados de liberdade. Porém, este argumento, de novo do ponto de vista da comunicação, comparado a "masmorra", tocaria bem mais fundo o "coração" da Opinião Pública. Ainda que muitos digam, com justa razão, que Arruda deveria ter pensando nisso tudo antes de cometer o que cometeu.



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