Pelé é o culpado!

Muitos comentaristas do futebol de São Paulo pregam o fim do Campeonato Estadual. Dizem que os clubes do interior são fracos, as torcidas não comparecem e os problemas financeiros se acumulam. Tudo isso é verdade, uma coisa puxa a outra, mas o fio da meada não esse. Afinal, se o fio da meada não é esse, o que está matando, de fato, o nosso antigo "celeiro de craques"? São poucos, mas poucos mesmo os comentaristas que dizem que quem matou o futebol do interior, de São Paulo e de todo o Brasil, foi o genial ex-jogador de futebol Pelé. Ele mesmo, ao menos na opinião do Linha de Pipa. O ex-jogador do Santos foi Secretário Nacional dos Esportes no governo de FHC e o responsável pela criação da Lei Pelé, que determinou o fim da "Lei do Passe" que prendia o jogador ao clube que o revelou. Alegaram que o atleta, como todo e qualquer trabalhador, tinha que ter o direito de ser o dono de seu próprio destino. Argumento válido, indiscutível. No entanto, a "Lei" tirou a "garantia" do clube, que investe pesado na formação do jogador, que nem sempre chega aonde se espera (há inumeros exemplos de grandes promessas que jamais passaram de promessas), e passou para os empresários, agentes da Fifa ou oportunistas da bola. O nome que define estas criaturas vocês podem escolher. Esta figura, que mata o  futebol não é de hoje, "seduz" os garotos da base dos clubes - e também os seus responsáveis - com promessas mirabolantes e, antes que se profissionalizem, os levam para lá e para cá. E o clube que investiu na base, na formação dos garotos, vê suas apostas simplesmente desaparecerem sem lhe dar qualquer satisfação. Ficam a ver navios, no prejuízo, literalmente. Formar jogadores não é barato! Diante desse cenário, há de se perguntar: de que adianta os clubes investirem em suas bases se suas promessas podem, a qualquer momento, serem "abduzidas" pelo primeiro empresário que passar com sua maleta de promessas cintilantes, uma mais sedutora do que a outra? É ai que reside o problema real, que enfraqueceu o futebol do interior e que muitos comentaristas esquecem de mencionar. Ou porque não querem ou  por que não conhecem a história. E ficam a falar e a escrever abobrinhas como se estas fossem verdades absolutas, infelizmente, estão passando informações erradas a Opinião Pública.  

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