Brasil no "imbroglio" nuclear iraniano

Mal saiu do imbroglio em que se meteu em Honduras, o governo brasileiro entra em outro, desta vez no Irã, mais distante e bem mais explosivo. Os aitolás e turma bela do lugar deram sinal verde para o início do processo do urânio num índice de pureza próximo dos 20%, o que é até aceitável pela comunidade internacional. No entanto, eles dizem que precisam elevar este índice para atender as suas necessidades internas, que nada tem a ver com armas nucleares. É o que eles dizem, mas ninguém acredita neles. Ninguém não, o Brasil acredita. Tanto que o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, quer mais tempo para o diálogo e, desde já, psicionou-se contrário a qualquer sanção contra o país. Estados Unidos e França já não escolhem palavras para tratar da questão iraniana. E se breve não houver uma reversão do caso, sabe-se lá até onde podem chegar. O discurso dos russos segue na mesma linha, assim como o dos ingleses. Das grandes potencias, quem distoa é a China, que por ora prega o mesmo que o Brasil. Difícil prever até onde esta história pode ir, ainda mais com a pressão aberta de Israel - dizem que já possui a sua bomba atômica - e, mais discreta, de alguns países vizinhos. Em maio o presidente Lula retribui a visita que o presidente iraniano fez ao Brasil em 2009 e certamente este tema "explosivo" virá a baila. Tomará que prevaleça o bom senso e o presidente brasileiro faça aquele discursos morno, sem sal e sem açúcar, e somente pregue a manutenção do diálogo como o melhor caminho para a paz. Não deve referir-se ao programa nuclear iraniano. Aliás, aproveitando a visita do presidente Lula, vale lembrar que a reeleição de Mahmoud Ahmedinejad até hoje é contestada pela população e comunidade internacional. Há fortes evidencias de fraude. Diante disso, fica a questão: em Honduras, por causa do golpe de Estado, o Brasil congelou as relações com o pais. E com o Irã, que fraudou as eleições, diplomaticamente nada vai acontecer? Fraudar pode, dar golpe não?

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