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Dois pesos e duas medidas

Posted by Linha de Pipa on 08:45
Até onde consigo lembrar, nós, brasileiros de todas as cores, sempre criticamos a intromissão estrangeira em nossos temas internos. Diziamos - e seguimos dizendo - que os problemas dos brasileiros cabem aos brasileiros resolver. Os norte-americanos, como sempre os mais metidos, eram - e continuam sendo - os alvos principais dos nossos impropérios. E não tenho duvidas de que a maioria do povo de "terra brazilis" permanece com o mesmo pensamento, ainda que parte da geração "americanos go home", por diferentes razões, já tenha mudado. Por esta razão não entendo como corretas e oportunas as críticas feitas ao presidente Lula que esta semana, em visita a Cuba, deixou de "aproveitar a ocasião" e protestar contra a morte, por greve de fome, de um dissidente local. Não vou defendê-lo, mas apenas lembrar os amigo do Linha de Pipa de algumas passagens para que possam avaliar melhor o caso. O regime cubano, esta cada dia mais evidente, já deu o que tinha que dar. Porém, cabe aos próprios cubanos escolher os seus caminhos futuros. E estes caminhos de mudança, onde quer que se encontrem, normalmente são repletos de obstáculos que precisam ser ultrapassados. E, infelizmente, quase sempre com alguma dor! E os cubanos, melhor do que ninguém, saberão como trilhá-los. Por isso, acho que o presidente Lula fez bem em ficar na sua. Aliás, duvido que algum presidente brasileiro, de ontem ou de amanhã, tenha coragem política de chegar a Havana e criticar o regime do país ou as suas decisões. Se é contrário, então é melhor nem ir! O presidente americano Jimmy Carter, em razão do caso, foi lembrado por alguns jornalistas. Ele, no seu tempo de Casa Branca, recebeu com pompa e circunstância o cardeal arcebispo de São Paulo dom Evaristo Arns, inimigo número do regime militar brasileiro. Isso durante o periodo mais quente dos anos de chumbo. Mas no documentário sobre a sua vida, Carter lamenta o quanto teve que deixar de fazer - e que gostaria de ter feito - por conta da política e da diplomacia. E o Brasil, apesar dos avanços recentes, ainda não chega perto dos EUA em termos de independência e poder. Acho que a morte do dissidente cubano e a greve de fome iniciada por outros em sinal de protesto deve ser condenada pelo Brasil com veemência e por todas as nações civilizadas, mas no conjunto da OEA, da ONU e outros organismos internacionais. Só para lembrar os críticos: não faz muito tempo, o presidente Lula visitou a China, nosso grande parceiro comercial, que mantém encarcerados milhares de dissidentes. E nem por isso ouvi qualquer critica ao presidente por ele não ter se manifestado, em Pequim, sobre a questão. Por isso, acho eu, esta cada vez mais difícil encontrar isenção no trabalho da imprensa tupiniquim. Faz-se necessário permanecer atento

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