Oportunismo pode ameaçar a recuperação do Haiti

O terremoto ocorrido no Haiti, de 7,0 graus da escala Richter, comoveu o mundo, que se apressou em ajudar o país a enfrentar a catástrofe. Mobilização jamais vista! Pelo tanto em dinheiro (prometido) e alimentos (enviados), a esta altura dos acontecimentos, a situação já deveria ter melhorado um pouco. Mas de Porto Principe, a capital do país e local mais afetado pelo sismo, chegam notícias preocupantes. Umas dizem que alguns dos responsáveis pela distribuição estão vendendo - acreditem - à população faminta os alimentos que foram doados pela comunidade internacional; outras, emitidas pelo Estado, dão conta do aumento do número de vítimas fatais e pedem mais dinheiro para a reconstrução nacional. Para os que estão explorando a desgraça, vendendo os alimentos doados, não deve haver clemência. A punição tem que ser exemplar! Quanto as informações oficiais, cada vez mais dramáticas, confesso que tenho lá as minhas dúvidas. Posso estar enganado - e desde já antecipo minhas desculpas em caso positivo - mas os dirigentes do Haiti não são nada confiáveis. Aliás, desde que as doações monetárias começaram, preocupa-me a sua aplicação. Não considero que os dirigentes atuais do Haiti estão capacitados para gerir com responsabilidade este montante. Acho que a ONU deve indicar um grupo de especialistas para apoiar o governo local e, ao mesmo tempo, fiscalizá-lo. Infelizmente uma catástrofe se abateu sobre o Haiti, mas se houver responsabilidade e bom senso de todos os envolvidos na sua recuperação, esta pode ser uma "boa" oportunidade para que o país encontre o verdadeiro caminho do desenvolvimento. Mas faz-se necessário ficar esperto e com os olhos bem abertos.

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