Até na Suíça!

O crime chocou a Suíça. E os suiços, muitos sabem, não são de se chocar com qualquer coisa. Mas neste caso em particular, a reação não poderia ser diferente. Afinal, não se espera que um pai, que brigou na Justiça pela guarda do filho, do nada e friamente, simplesmente dê fim a sua vida. E de maneira tão violenta. Sim, o pai é o principal suspeito. O menino tinha 5 anos de idade, era filho de mãe brasileira e foi enterrado ontem em Zurique. Mas além do crime absurdo e sem sentido, o que também indignou os suiços foi o fato do pai, há 20 anos, já ter atacado um outro filho - deixou-o inválido - e, ainda assim, ter conseguido sensibilizar a Justiça e conseguir a guarda do menino. Eles ainda se perguntam como pode o juiz, com os atecedentes do pai, ceder-lhe a guarda da criança. Acho que não existem explicações convincentes. Este caso, guardadas as devidas proporções, assemelha-se com o vivido recentemente no Brasil envolvendo um menor assassino. Ele, depois de cumprir seus três anos de pena "socio educativa" pelo crime bárbaro e covarde que cometeu, também contra uma criança, ainda levaria de lambuja a participação num programa de proteção de vida. Diziam que estava sendo ameaçado. Por isso ofereceram-lhe teto, comida, roupa lavada e uma nova identidade. Sopa no mel! Mas a sociedade reagiu indignada e a decisão foi revista. Seus privilégios, inconcebíveis, foram cassados. Estes dois casos, colocados lado a lado, mostram que certas ocorrências nada têm a ver com o país, a sua localização ou nível econômico e social de seu povo. Mas da interpretação nua e crua das leis. Tal cá como lá. Por isso acho que os brasileiros, que reagiram indignados e sairam dezendo que se o caso tivesse ocorrido nos EUA ou Europa o resultado seria diferente, devem rever suas posições e "isentar" o país, sua localização e seu povo. Temos, sem dúvidas, os nossos zilhões de defeitos. Assim com outros países, inclusive aqueles localizados na faixa denominda de Primeiro Mundo.

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