Juiz espanhol encara Hugo Chaves

Além das pressões internas, que estão aumentando, o presidente da Venezuela Hugo Chaves começa a sofrer também pressoões externas. E estas, vale salientar, não estão sendo disparadas por seus "inimigos" tradicionais, Estados Unidos e Colômbia, mas por países que até então mantinham-se num posicionamento crítico prudentemente distante. Afinal, a Venezula é ainda um dos grandes produtores e exportadores mundiais de petróleo. Mas eis que ontem, encurtando este "posicionamento crítico prudente", um juiz da mais alta corte da Espanha acusou o governo venezuelano de colaborar com as Farc e o ETA. Como se sabe, estes dois grupos políticos, considerados pelos governos da Colômbia e Espanha, respectivamente, como subversivos, atuam há anos à margem da lei, praticando diferentes tipos de crimes. O juíz afirmou, inclusive, que um membro do ETA participou como ministro do governo de Hugo Chaves. A denúncia, segundo revelaram as autoridades, tem como base os arquivos encontrados no computador de Raul Reyes, o 2º na hierarquia das Farc, morto em terras equatorianas durante um ataque do exército colombiano. Não é preciso bola de cristal para "ver" como reagiu o governo venezuelano. Inicialmente com furia - a melhor defesa na política, assim como no futebol, parece ser mesmo o ataque - e depois com ironia, buscando desqualificar as provas utilizadas pelo "merentíssimo" espanhol. Verdade ou mentira - não tenho condições para fazer qualquer afirmação - fato é que o barulho gerado pela notícia afeta de forma contundente a imagem de Chaves e, da mesma forma, da Venezuela no conjunto das nações. infelizmente este "ditador bolivariano" simplesmente parou o país e esta fazendo o nosso vizinho do norte e, consequentemente o seu povo, perder o bonde do desenvolvimento que está passando pela região. "Bonde", aliás, que jamais passou por estas bandas e que depois de cumprir o seu intenerário, ninguém sabe se passará novamente. Chaves, se verdadeiro bolivariano fosse, terminaria o seu mandato e daria "adiós" de vez ao poder. Ele tem que entender que já ficou mais do que devia no posto e, infelizmente para os venezuelanos, e fez bem menos do que podia.

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