Fiscalizar antes para não termos supresas depois

A Folha de S.Paulo, na sua edição de hoje, informa que um general angolano, até o início do ano também ministro de obras públicas do país africano, acaba de tornar-se sócio da brasileira Puma Air, uma minúscula empresa aérea com sede em Belém, no Pará, que começa suas operações na rota Guarulhos-Macapá-Belém operando um Boeing 737 alugado da Gol. Segundo o jornal, Higino Carneiro, o general que foi ministro, é um dos homens mais ricos de Angola. Supreende-me tal informação. Confesso que não sabia que os soldos no exército angolano eram tão polpudos e muito menos que os salários dos ministros daquele país eram tão generosos. Jamais soube que um militar de carreira, mesmo pertecendo às forças armadas de países "pra lá" de desenvolvidos, como EUA, Alemanha, França ou Inglaterra tenha chegado ao topo da hierarquia com os bolsos cheios de bufunfa. E o mesmo se aplica aos ministros destes países e outros nem tão desenvolvidos. Ninguém ganha tanto! Alguns poderão dizer que estou exagerando, que a Angola é rica em petróleo e diamantes e que o país tem sim condições de remunerar mais do que dignamente os seus colaboradores, sejam eles militares e/ou ministros. Outros, além disso, poderão argumentar que o general ministro é rico por herança familiar, deixada por um parente distante, bem distante. Pode ser tudo isso misturado. Mas muito misturado mesmo! Não vou nem mencionar a população do país, que vive numa miséria de marré-marré, ainda como conseqüência da colonização portuguesa e depois da guerra civil. Acho que o governo brasileiro deveria ser mais criterioso, sobretudo tratando-se de uma aérea, sem atencedentes no setor. Não podemos esperar que algo aconteça para tomar uma atitude. Neste caso, vale o mesmo de sempre: é melhor previnir do que remediar.

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