As sirenes de Teresópolis

Sexta-feira a cidade de Terezópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, enterrou cinco das seis vítimas das fortes chuvas que castigaram o município na semana passada. As tais sirenes de alerta, propaladas como solução para fim das mortes e feridos por inundação, soterramento e desabamento, não funcionaram como deveriam. Das vinte instaladas, somente quatorze soaram. Seis delas ficaram em absoluto silêncio. Os "defensores das sirenes" dizem que elas passaram no teste, ainda que nem todas tenham cumprido sua função. Trata-se de uma questão de ponto de vista. O blog Linha de Pipa, por exemplo, que sempre considerou essa história de sirenes como solução "meia-boca", avalia que a estréia foi um verdadeiro fiásco. A situação, urge que as autoridades entendam, não permite falhas. E cinco vidas se foram. Obviamente que a culpa não cabe as sirenes que falharam na "hora H", mas a solução não pode se resumir a simples instalação dessas "cornetas retumbantes" em pontos estratégicos. É preciso construir muros de arrimo, melhorar a vazão de corregos e rios, transferir famílias de áreas de riscos, evitar a destruição da vegetação natural e conscientizar a população para que não descarte lixos em locais indevidos. As sirenes pode sim fazer parte desse projeto, mas como meras coadjuvantes e não estrelas principais, como tentaram.  Aliás, temos a impressão de que não houve "testes de som" e muito menos simulado com a população. Ou seja, está claro que o governo do Estado do Rio de Janeiro não tem uma solução eficaz para minimizar os graves problemas da região serrana quando sob ameaça de fortes temporais. Trata-se de mais um absurdo. A população da região serrana tem que ter paciência. Deixe passar a Olimpíadas de 2016, quem sabe após o governador do lugar dê a devida e necessária atenção a situação difícil daquela rica e bela região.

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