Credibilidade, eis a questão!

A defesa do Senador Demostenes Torres pedirá ao Supremo a anulação das provas cabais que envolvem o seu cliente com Carlinhos Cachoeira, o rei do jogo ilegal em Goiás, colhidas pela Polícia Federal em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Alega o advogado, cumprindo o seu papel, bom que de diga, que o parlamentar tem "foro privilegiado" e, por esta razão, a autorização para investigá-lo deveria ter sido concedida apenas e tão somente pelo Supremo. Há controversias! Os que entendem como equivocada interpretação do advogado de defesa alegam que o Senador Demostenes Torres não era o alvo da investigação, mas foi flagrado por ela. Ou seja, jogaram a rede para pegar alguns peixinhos e "sem querer" capturaram um tubarão. Não somos advogados e muito menos especialistas. Analisamos os fatos como jornalistas e, mais do que isso, como cidadãos. Por isso, nos cumpre perguntar: se de fato as escutas forem consideradas ilegais, o que fazer com todo o material colhido que prova cabalmente o envolvimento do senador com o ilicito ou, como diz a presidente Dilma Rousseff, com o mal feito? Coloca-se tudo no escaninho do esquecimento e fica o dito pelo não dito? Se tal acontecer podemos rasgar do "Aurélio" e estirpar do nosso vocabulário a palavra CREDIBILIDADE. Seria o fim da picada, o absurdo dos absurdos que acontecem diariamente em nosso país. Quem vai ter a cara-de-pau para explicar a sociedade que tudo aquilo que ela viu e ouviu, até da boca do próprio, não vale absolutamente nada por causa de uma questiuncula jurídica? Se este for o desfecho, o golpe será duro! Aliás, não sei com que cara o senador anda por ai. Qualquer outro cidadão brasileiro, minimamente ético e honesto, já teria pego o seu "boné" e se embrenhado pelas selvas amazônicas. E lá, no escondido, ficaria rezando para ser esquecido e jamais encontrado. Só pela vergonha de ter ocupado um cargo público e traido a confiança da sociedade.       

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