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Só Relações Públicas não resolve

Posted by Linha de Pipa on 09:58
Ainda segue a discussão na imprensa sobre o surto de violência que acometeu parte da cidade do Rio de Janeiro no último sábado e que culminou com o abate de um helicóptero, a morte de dois policiais e a prisão alguns suspeitos. É interessante observar que alguns comentários visam minimizar a "gravidade" dos acontecimentos. São "recheados" de exemplos de atos de violência verificados em outros países, da área dos ditos civilizados, mas que não ganham, sabe- se lá a razão, a repercussão mundial que merecem. A mensagem implícita é "se até com eles, "que são eles", acontece, porque razão não poderia acontecer conosco?". Ora, neste momento, não nos interessa saber, pois não ameniza nossa dor e medo, o que acontece nas periferias da França, Inglaterra, Japão, Alemanha ou Estados Unidos. Nós, cidadãos brasileiros, esperamos uma atitude à altura das autoridades, que nos devolva a confiança e, mais do que isso, a segurança. Entendo o trabalho de "Relações Públicas" das autoridades cariocas, preocupadas com a imagem do Rio 2016. No entanto, não tenho dúvidas em afirmar que boa parte daqueles que vibraram e dançaram na orla com a escolha da cidade para sede dos Jogos Olímpicos trocariam o evento pela certeza de um futuro tranquilo e seguro. Desde sábado os meios de comunicação do Rio de Janeiro "bombardeiam" o Brasil com informações para mostrar que o governo do Estado está com o controle da situação, que agiu no momento oportuno e com a firmeza necessária. Gostaria de poder acreditar. Infelizmente, por mais que tente e me esforce, é impossível dar crédito a estas informações. É preciso mostrar mais, muito mais, para se acreditar nesta história. E não há trabalho de RP que consiga mudar a percepção se ações concretas não forem realizadas.

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4 Comments


Concordo bastante com sua análise. Sou bastante crítico ao sediamento da Copa e Olimpíadas (a ideia é ótima, claro, mas precisa haver um pensamento anterior focado nas necessidades urgentes dos moradores da cidade). No entanto, o texto contém uma forte dissonância no emprego de termos quando finaliza tratando sobre relações públicas.

Sou profissional desta área há 15 anos e não entendo qualquer ação divulgadora que não esteja previamente embasada em fatos. Daí que a noção sobre RP como apagamento dos insucessos ou falseamento da realidade é um tremendo preconceito (não necessariamente do autor do post, mas como algo que circunda a profissão e os profissionais da área).

Algo do tipo: "não adianta só fazer marketing", como se marketing fosse maquiagem. Este tipo de raciocínio torto não ajuda.


Estimado Rodrigo,
Antes quero deixar claro que não tenho nenhum preconceito em relação a RP e, também, não quis passar esta mensagem no final do texto. O que disse é que não se pode usar RP para maquiar uma situação. Éla precisa, justamente para não cair no descredito, estar embasada em fatos reais. Os "políticos" cariocas estão usando RP para apagar o incêndio, porém de forma indevida. E vc tem razão, RP não é apenas um "balde de água" para nos socorrer das chamas. Agradeço a sua participação. A idéia do blog é esta, estimular o debate. Valeu!


Infelizmente, talvez por isso, a profissão de Relações Públicas esteja deturpada. Os políticos cariocas não estão usando RP, mas outras ferramentas para tentar amenizar a situação dramática em que o Rio mergulhou logo após ter sido escolhida como sede da Copa. Relações Públicas não baseia suas atividades apenas na formação de opinião pela mídia, mas em ações concretas e transparentes, que não falseiem uma realidade, e que procurem auxiliar a organização na resolução de seus problemas de comunicação e responsabildiade social.
Não posso considerar, de nenhuma maneira, que este seja um trabalho de RP.
http://melhorandoaminhaempresa.blogspot.com/
Sandra Lima


Sandra,
Eles estão tentando, na realidede, gerenciar a percpeção: ontem, na CBN, alguém disse que o mesmo problema ocorre em outras grandes cidades do mundo e não tem esta repercussão; no JN, o repórter disse a situação se limitava a uma área "restrita da cidade"; o ministro da Justiça, Tarso Genro, falou em alto e bom som que a atitude dos bandidos nada mais era que uma reação à mão forte da polícia e, para finalizar, o prefeito do Rio disse,direto de Londres, que a pólicia do Rio é dura com a bandidagem. É para finalizar,agora de verdade, o presidente Lula falou que não podemos deixar que "meia duzia" estrague o trabalho que está sendo produzido. É ou não é uma campanha. A mídia e Opinion leaders já estão em campo buscando amenizar a gravidade do problema. Valeu a sua participação

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