Solidariedade fora de hora

Morreu a atriz Leila Lopes. Era jovem, tinha apenas 40 anos de idade. A polícia ainda investiga a a causa de sua morte. No "obituário" publicado por diferentes sites - a notícia ganhará a mídia impressa somente amanhã - consta que ela foi atriz da tevê Globo, onde participou de várias novelas de sucesso. Confesso que não me lembro da atriz, talvez por não ser membro ativo da audiência das novelas. Mas isso não importa. O que importa é que a moça, depois do estrelato conheceu o ostracismo. Não conseguia arrumar trabalho em lugar algum. Não sei porque, as portas das "emissoras" se fecharam para ela. Como as contas no final do mês chegam com furia e vazam qualquer tipo de porta, Leila Lopes recorreu ao "cinema pornô". Virou de novo notícia, foi criticada por uns e elogiada - pela coragem - por outros. Depois de 2 ou três filmes - ninguém dá um número certo - a moça equilibrou suas finanças. Porém, recentemente sentiu-se mal e passou um bom tempo num hospital. Saiu sem que ninguém soubesse razão da sua internação. Agora chega a notícia da sua morte. A imprensa, como aconteceu ontem com a morte do Lombardi e acontecerá amanhã se outro famoso morrer, saiu a repercutir. Quantos lamentos, quanto carinho, quanto solidariedade. Fora de hora! É a tal "hipocrisia pos-morte" que se envidencia nestes momentos. Todo mundo era seu amigo, todo mundo a adorava - excelente profissional -, todo mundo lhe queria bem, mas ninguém lhe ajudou no momento em que mais precisou. Agora, deixem a moça descansar em paz!

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