A dengue vence fácil o primeiro round

A prefeitura de São Paulo, informa a Folha de S.Paulo, dispensou ontem nada menos que 438 agentes de controle de zoonoses, o que representa 18% do número total. Parte deste pessoal estava empenhado no trabalho de prevenção da dengue, mosquito que "adora" procriar-se numa "aguinha de chuva" parada no suporte de vazo, nas garrafas vazias, nos pneus velhos, nas caixas d'águas abertas etc.. E o que não tem faltado em Sampa nos últimos 50 dias é chuva! Chove todos os dias, senão pela manhã, então à tarde ou a noite. Mas chove! Aliás, vale lembrar, a cidade ainda conta com inúmeras ruas alagadas, que podem tornar-se manancial para inúmeras doenças. Alguns dos agentes demitidos estavam trabalhando nestes locais. A Prefeitura não forneceu explicações muito convincentes sobre estas demissões. Apenas disse que a contratação deste pessoal foi a título precário, sem concurso público. Não sei se alguma lei obrigou a administração municipal a esta atitude. Para tranquilizar, a administração informou que os trabalhos em andamento não serão afetados e que em breve estas posições serão repostas por funcionários concursados. Nada contra. Porém, dizem os especialistas - e eu acredito - o treinamento de um agente de controle de zoonoses não é tão simples quanto parece e, por isso, leva um bom tempo. Ou seja, o agente tem que saber diferenciar o Aedes Aegypti de um pernilongo, uma abelha de um maribondo e por ai vai. E como combatê-los! Além disso, tem que saber lidar com inúmeros produtos químicos. Como se percebe, a questão é mais delicada do que parece. Diante do exposto, vale perguntar: se estas demissões eram previstas e inevitáveis, porque esperar o agravamento da situação para realizá-las? Se é demorada a formação de agentes, porque não convocar os concursados e treiná-los para que se tornassem aptos antes destas "demissões inevitáveis?" Não dá para entender. Mas na administração Kassab tudo pode acontecer!

|