E não é que algo aconteceu em Brasília

José Roberto Arruda, sem partido e agora também sem o governo de Brasília, passou a noite em cana na Superintendência da Polícia Federal. Ele nem esperou chegar o camburão. Assim que soube da decisão da Justiça, entregou-se. Não atendeu a nenhum jornalista, mas deixou um comunicado defendendo-se e lembrando de casos semelhantes ao seu e que receberam tratamento diferenciado da Justiça. Seus advogados de defesa ontem mesmo entraram com o pedido de "habeas corpus", cuja decisão deve sair hoje. Quem ocupou a sua cadeira foi o vice, Paulo Octávio, que também é investigado. E as novidades não param por ai: será encaminhado à Supremo um pedido de intervenção federal no governo local. Ou seja, se o governador e o vice ficarem mesmo impedidos que tocar o barco - há tempos o barco está encalhado, vale lembrar - o governo federal poderá indicar o nome de um interventor que ocupará o posto até as próximas eleições. E a população de Brasília, como não poderia deixar de ser, anda ligada no caso. Logo após a notícia da prisão e da formulação do pedido de habeas corpus, um grupo saiu ás ruas para comemorar a decisão da Justiça e pedir pela negação do pedido de liberdade provisória. Hoje o dia na Capital Federal promete ser ainda mais quente do que o normal. Os desdobramentos do caso devem dominar o noticiário. E é bom que assim seja. O Brasil precisa saber de tudo, em detalhes, para impedir que casos semelhantes aconteçam. Os fatos de Brasília viraram piada de mau gosto. E ofendia a todos. Duvido que o governador, no prédio da Polícia Federal, esteja estampando aquele seu "sorrisinho" irônico e insuportável. Que o caso "mensalão do DEM" seja um marco na política nacional

|