No "enforcadromedo" iraniano, mais nove estão no cadafalso

No Irã do século XXI é assim, quem não reza pela "cartilha disciplinar" dos aitolás amarga a vida na prisão ou morre dependurado na forca. Dois já deram adeus a esta vida e mais nove estão no cadafalso só porque participaram dos protestos públicos - acontecem quase todos os dias - que contestaram os resultados das últimas eleições no país e que manteve no cargo o presidente "radical, cético e bocudo" Mahmoud Ahmadinejad. É consenso nos âmbitos interno e externo de que os resultados foram forjados e que a vitória deveria pertencer ao candidato da oposição. E o protesto não se restrigiu ao povo, nas ruas, mas também a ala menos radical do clero local. É, existe sim uma ala de aiatolás mais preocupada com a religião do que com a política. Acreditem! E o pior para estes opositores que se encontram "com o pescoço na corda" é que nada ou pouco pode ser feito de fato para livrá-los da morte. O muito que se pode fazer - e tem sido feito desde o anúncio da sentença - é denunciar aos quatro cantos e protestar. Porém, infelizmente, os líderes que hoje dão as cartas no Irã não estão nem ai para o que pensa e fala a ONU, países afiliados, grupos de religiosos, de direitos humanos e Ongs. O que eles decidiram está decidido. E pronto! O Brasil, segundo o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, tem conversado com os lideres iranianos buscando dissuadí-los destas posturas radicais e, ao mesmo tempo, aproximá-los um pouco mais da comunidade internacional. Sei lá se eles ouvem ou esforçam-se para entender. Afinal, todo mundo fala a mesma coisa e eles não mudam em nada. Por isso, em breve, teremos mais nove corpos sem vida balançando na ponta de uma corda - vide vídeo da repressão oficial a um protesto.

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