Porradas e gás lacrimogêneo

Não entendo a violência e nem a depredação como formas de protesto ou pressão. Contra autoridades públicas ou não. Porém, percebo que esgotou-se a paciência dos moradores das áreas alagadas da cidade com a lentidão da prefeitura em resolver o problema, que teve início com as tempestades de dezembro. Do ano passado. Ontem à noite, moradores fecharam ruas e avenidas - com objetos e utensilios que a água não conseguiu levar de suas casas - para chamar a atenção das autoridades. E conseguiram. Atentas e descontentes com a ocorrência, as autoridades mandaram a Polícia e o seu Batalhão de Choque para dispersar a "multidão" e desobstruir as vias. Mas o pessoal do lugar não se intimidou e já sem ter mesmo a quem recorrer, decidiu encarar os políciais. Greve erro! A resposta veio em forma de cacetadas e gás lacrimogênio. Teve muito corre-corre e gritos. Mas ninguém foi preso ou ficou ferido. A intenção tanto da PM quanto do BC, deve-se ressaltar, não era produzir vítimas e nem encanar trabalhadores, pais de família. Mas somente dispersar o povareu. E conseguiu, mas apenas depois das 2h30 da madrugada. O prefeito Gilberto Kassab tem obrigação de dar uma atenção especial a estas pessoas, pois todas vivem um momento extremamente difícil. E são contribuintes do município, ou seja, não esperam favores. E sim obrigação. Obrigação, é bom lembrar, que não cabe somente ao alcaide, mas também aos vereadores, que continuam ganhando muito para fazer o nada preencher o vazio. A população também deve visitar a Câmara Municipal, lá no viaduto Jacarei, e cobrar soluções dos vereadores. Tenho certeza que eles "adorarão" ouvir os reclamos dos municipes.

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