Só nos restam os blocos

Ontem, problemas técnicos impediram-me de dar os meus pitacos na "festa de Momo". Com todo o respeito àqueles que ainda curtem o carnaval - e não raro pagam caro por isso -, a brincadeira, faz algum tempo, deixou de ser brincadeira. E virou um graaaaaaaande negócio. Perdeu-se a espontaneidade, a pureza e a magia. Agora é tudo certinho, realizado com hora marcada e regras rígidas. Agora vale ponto, vale trófeu, vale grana! Há tempos não perco o meu tempo com este espetáculo "turistico televisivo". Aliás, muitos turistas também já não têm à mesma paciência para aquele "desfile do mesmo" que acontece nos sambodromos de São Paulo e Rio de Janeiro. Espertos, eles, cada vez mais, estão buscando brincar com liberdade nas praias do litorial do NE. Logicamente desviando de Salvador, onde ocorre outra chatice sem graça, o "carnaval" de trios elétricos, hoje bem diferente do idealizado por "Dodo e Osmar". Para sair atrás destas grandes "caixas de som" sobre rodas, o folião paga uma nota respeitável pelo "abada" e tem que pular num cercadinho de cordas. Não bastasse, ainda tem que ouvir as "abobrinhas" dos "cantores / animadores", que sempre saem dos scripts, diante dos camarotes vips, para proferirem suas "verdades". Não vou nem mencionar os "pelados e peladões" que desfilam aqui e ali. Se é para se fazer um "desfile de corpos", então que o façam de forma correta e em local adequado. Colocar homens e mulheres sem roupa á frente das baterias, sobre carros elegóricos e etc. virou uma apelação que nada tem a ver com o Carnaval. Aliás, embora não seja um especilista no tema, do carnaval "dantinga", ou dos bom tempos de Carnaval, sobraram apenas os blocos, onde cabem tudo e todos, de qualquer jeito. Basta ter alegria e vontade de participar. Mas até quando os blocos resistirão aos apelos e manipulações das redes de tevês, que transformaram as festas populares em grandes espetáculos? Espero que para sempre!

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