O problema não era Muricy Ramalho

Ontem, contra o Santo André, em pleno Parque Antártica, o Palmeiras levou outra entubada no Paulistão. A anterior havia sido no domingo, contra o Rio Claro, na casa do adversário. Sua defesa engoliu quatro gols em dois jogos - três só ontem! - e seu ataque fez apenas um. E o time distanciou-se mais ainda do grupo de classificação. Como se percebe pela sequência dos resultados, a vitória no clássico contra o São Paulo, na estréia do técnico Antônio Carlos Zago, não passou de mera empolgação, aquele ânimo súbito que acomente algumas equipes. E com Zago não foi diferente. Aquele blá-blá-blá de chegada, de papo íntimo com a moçada para recuperar a sua confiança e auto estima não passa de papo furado. Está provado que o problema do Palmeiras não residia no "jeito sem jeito" do técnico Muricy Ramalho que, lógico, não desaprendeu "futebol" depois que deixou o banco do São Paulo. O problema, ao que parece, está na equipe que não consegue manter-se equilibrada. O grupo é formado por bons jogadores, mas falta-lhe algo para que tenha constância em campo. Desde "sempre" este blog mostrou discordância quanto a demissão de Muricy Ramalho e, como antes, segue desconfiado a respeito da competência de "Zago". O primeiro precisava de mais tempo para acertar a equipe; já o segundo precisa de tempo para ganhar experiência e aprender a lidar com uma equipe grande, de jogadores renomados e torcida pra la de exigente. O fato de ser ex-jogador nem sempre (diria que na maioria dos casos) é sinal de competência e sucesso. O futebol profissional, nós brasileiros devemos entender, é um jogo de inteligência, que envolve tática e estratégia. O talento nato do jogador brasileiro ajuda, mas sozinho não resolve a questão. Somente Pelé tinha este dom. Mas ele era único. Voltando ao Verdão, não duvido que com mais uma ou duas derrotas seguidas o técnico Zago começará ouvir as "cornetas" do Parque Antártica soarem contra a sua permanência no posto. Quando acontecer, tanto ele com a diretoria ansiosa do Verdão, enfim, cairão na real!

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