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Argentina surpreende a Espanha e pode mexer com o Brasil



O Linha de Pipa não é especialista em privatização e muito menos em estatização. Por isso, fica um tanto difícil dizer com todas as letras se foi acertada ou não a expropriação da petrolifera YPF, que pertencia a espanhola Repsol e foi re-estatizada pelo governo argentino comandado por Cristina Kirchner. Ela colocou os espanhóis para correr e lembrou que a Argentina - e isso é verdade - é o único país da América Latina que não tem controle sobre a sua produção de petróleo. Como vocês podem ver no vídeo distribuído pela Casa Rosada (acima), o pessoal que estava acompanhando o anúncio oficial vibrou como se estivesse num estádio de futebol assistindo a uma partida da seleção de seu país.  Logicamente que eles tem lá as suas razões e sabem onde lhes aperta o calo. Também acho que o governo local, que é louco por atitudes populistas, deve ter medido bem todas as consequências dessa decisão que é bastante séria. A resposta da empresa espanhola, que vocês podem assistir abaixo não tardou. E foi pesada. Sem esconder a decepção, surpresa, raiva, bode, o porta-voz disse que vai vender caro a expropriação e que apelará para o tribunal internacional de arbitragem. O governo espanhol também saiu em defesa da Repsol. Disse que a Argentina deu um tiro no próprio pé é que terá que arcar com os ônus de sua atitude. A comunidade internacional, como era de se esperar, não deixou de meter a sua colher na história. Os países do chamado Primeiro Mundo e aqueles emergentes com interesses na Casa de Los Hermanos condenaram o gesto. No Brasil a questão também preocupa. A Petrobrás, que já fez grandes investimentos do outro lado da fronteira, vem reduzindo consideravelmente os seus interesses por aquelas bandas. Andou vendendo por lá alguns de seus ativos e não está mais afim de colocar dinheiro novo naquele pedaço. Não demora, será a próxima vítima. Só que por aqui o papo deve ser diferente, algo negociado. Representantes do governo argentino já estão "passeando" pelo Brasil, conversando com dirigentes da Petrobrás e com o Ministro Edison Lobão, das Minas e Energia. Pode ser que no caso da Petrobrás a cena seja mais soft. Noves fora, fato é que a imagem da Argentina vai de novo para o saco. Os investimentos que ela tanto necessita e deseja serão muito bem pensados e repensados, ou seja, demorarão para aportar no país vizinho. A situação econômica de los hermanos não anda lá estas coisas, dai os controles para a saída de capital, entrada de bens e etc.. Até quando eles irão aguentar surfar nesta onda, eis a grande questão. De qualquer forma, eles serão retalhados, pela Espanha e outros players internacionais. Afinal, se a moda pega, o liberalismo, que nos foi imposto aqui via FHC, pode ir para o espaço.


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