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Lição chilena
O terremoto ocorrido na noite de sexta-feira para sábado no Chile superou os 8.5 graus na escala Richter. Foi bem "mais forte" do que aquele que afetou o Haiti no mês passado, de 7 graus na escala Richter. É verdade que o "terremoto haitiano" se deu mais próximo da superficie, cerca de 10 km, enquanto que o chileno aconteceu a quase 60 km de profundidade. Segundo os especialistas, a "profundidade" do ocorrido faz grande diferença no seu potencial de estragos. Apesar disso, vale destacar os números chilenos, consideravelmente menores em termos de danos - materias e vítimas - se comparado ao observado no Haiti. A disparidade reside justamente no fato de um país ser melhor estruturado e, por isso, preparado para este tipo de evento negativo. Os chilenos sabem que podem ser surpreendidos por estes terremotos a qualquer momento e agem para minimizar os seus efeitos. É impossível impedí-los. Os haitianos também sabem que podem ser vitimas destas catástrofes naturais de uma hora para outra, mas não têm condições de preparar-se para reduzir os efeitos do pior. No caso deles, é rezar e apelar para a sorte. O Chile, apesar da dor pelas mortes, feridos e danos materiais, não revelou ao mundo aqueles dramas que assistimos ao vivo de Porto Príncipe. Dificilmente veremos, por exemplo, chilenos sendo "resgatados" dos escombros "30 dias" após o terremoto como ocorreu no Haiti. O preparo, mostra o Chile, faz enorme diferença, ainda que diante de uma catástrofe natural com potencial de estrago inimaginável. Os Chile e os chilenos estão oferecendo a todos uma grande lição. Quem sabe desta vez aprendemos.